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Desta Arte que me Fala - 3ª viagem | Da minha semente também nasce Humanidade

Atualizado: 3 de fev. de 2020

Cada um de nós traz em si uma semente primaveril que deseja manifestar-se. A semente condensa todo o potencial que cada um de nós traz para transformar o mundo; é a casa dos nossos talentos escondidos que esperam um dia vir a tocar a Humanidade. Umas são de aparência deformada, tons mais opacos e de textura enrugada, outras apresentam-se vibrantes em cor e forma únicas. Ambas têm como destino crescerem em direcção ao céu, mas é na forma em como são nutridas e cuidadas, desde ainda tenras sementes com raízes que levam pouca força na terra, que se traçará o caminho de cada uma até ao seu acto final.


Sementes enrugadas e opacas na ausência de água, alimento, luz e carinho, desenvolvem o enfraquecimento da sua estrutura ou não se desenvolvem de todo. Sementes vibrantes em cor e forma mantidas em condições iguais, debatem-se com o mesmo destino. A aparência não salva ninguém da fatalidade inicial, quando as condições externas oprimem a expansão natural da semente. A semente com a qual todos nascemos quer quebrar a primeira camada de pele e começar a subir pelo solo acima, até a primeira folhagem deslumbrar finalmente o céu. A semente anseia elevar-se e expandir-se, de baixo para cima e para todos os lados, transformar-se várias vezes até enfim, Ser flor, tomando a essência da sua missão.


Mas quantos de nós não carregamos a experiência de uma opressão sem sentido, silenciosa mas provocante, que não nos limita o andar, mas nos aperta o coração a ponto de nos enfraquecer os passos da nossa missão? Ninguém gosta de procurar a origem da semente que se definhou dentro si próprio. Dá medo, às vezes dói. Mas se não nos permitimos mergulhar no que está por debaixo da superfície visível - a falta de compreensão da nossa própria história - as raízes não mergulham mais fundo na terra, a semente da nossa missão perde força, Ser a flor é adiado para mais tarde até ser tarde de mais.


Nos apectos mais sombrios da nossa existência tornou-se vulgar carregar uma semente doente. Conseguimos vê-la nos nossos olhos sem vida ao reflexo de um espelho, mas também a temos presente sempre que nos reflectimos nos outros, quando o cruzamento de olhares vazios alheios nos denunciam. Dançamos a pares esta dança sem brilho, onde não nos conseguimos mais despertar uns aos outros e acabamos por deixar cair no esquecimento a casa do nosso propósito. Os olhos vazios procuram incessantemente um olhar que lhes devolva a lembrança de terem nascido com uma semente para oferecer à Humanidade e é quando nos rendemos à fragilidade, que existe por debaixo do nosso olhar vazio, que encontramos a cura.


É no reflexo do outro que encontramos a cura

e a cura é o Amor.


Quando fecharmos os olhos pela primeira vez num mergulho profundo ao nosso Ser, a semente vira flor e dispara em direcção ao céu, expande-se em magnitude, toca pela primeira vez num outro alguém de olhar tão vazio quanto nós já tivemos, e ai sim, sentimos a nossa missão cumprida.


Não nos esqueçamos do poder que a semente de cada um de nós carrega, seja qual for a acção especial de cada um em vida. Todos trazemos uma semente que precisa ser plantada no Mundo.


A semente somente se expande quando tocada pelo Amor.




Catarina Marques







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